22.9.09

Sociedade dos Poetas Mortos



Colhe o dia
Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã
Não perguntes, saber é proibido, o fim que os deuses
darão a mim ou a você, Leuconoe, com os adivinhos da Babilônia
não brinque. É melhor apenas lidar com o que se cruza no seu caminho
Se muitos invernos Júpiter te dará ou se este é o último,
que agora bate nas rochas da praia com as ondas do mar
Tirreno: seja sábio, beba o seu vinho e para o curto prazo
reescale as suas esperanças. Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento
está fugindo de nós. Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã.






Carpe Diem

Carpe diem quam minimum credula postero
Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.

Sociedade dos Poetas Mortos é um filme emocional. Um filme pra ver e não conter o choro.
É um filme que marcou a geração que nasceu lá pelos anos 70, porque era um filme que representava a luta contra a injustiça de uma sociedade que busca a normalidade, o preto, o cinza.
Robin Willians, que havia acabado de fazer o lindo "Bom dia, Vietnã, é um professor que ensina
aos alunos o sentido da vida através da poesia. Incomoda a sociedade hipócrita que nos rodeia. É caluniado, destruído. Mas o mundo, ao menos no cinema, dá a sua volta e a injustiça é reparada.
Um filme que não envelhece, porque fala da e para a Alma humana.

28.4.09

O Jardineiro Fiel ( The Constant Gardener)

Para refletir

Em um momento do mundo que não se fala de outra coisa na mídia que não seja a gripe suína, o Jardineiro Fiel é um filme que volta à minha mente. Para quem não teve a oportunidade de assistir o filme, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles e baseado no romance de John le Carré, um especialista em conspirações, é um alerta sobre os métodos usados pela industria farmaceutica mundial. Tendo como base a história do casal formado por Ralph Fiennes e Rachel Weisz, ele funcionário do governo inglês na Africa, ela uma ativista política que é assassinada por representar um perigo pelas suas descobertas.

Filmes assim, que neste caso embora seja ficção é quase um documentário, nos dão ao final uma sensação de enjôo de estômago. E inevitavelmente nos perguntamos: que mundo é esse?

A direção de Fernando Meirelles busca uma fotografia em tons realistas, que junto à trilha sonora, nos levam a uma relação emocional com a causa. Um belo filme.



As ações dos laboratórios suiços Novartis e Roche, em dia de queda nas bolsas mundiais com os efeitos da gripe suína, tiveram grande valorização.


Globo News, 28 de abril de 2009

Para saber mais: cinema em cena

8.9.08

Edifício Yacoubian - Omaret Yacobean

Compreendendo culturas


Poucos filmes que assisti me proporcionaram a sensação de estar abrindo a mente para uma cultura, como esta produção egípcia. O Egito é um país de enorme importância geopolítica, e de certa maneira um ponto de conexão entre diferentes civilizações. Mas pouco sabemos sobre o país. Edifício Yacoubian é um filme elucidativo, além de ser um bom filme, com um roteiro consistente. A partir da história de diferentes moradores do Edifício, que como acontece em várias cidades, era central e luxuoso e aos poucos perde o status,faz um retrato da sociedade egípcia. Suas diferentes religiões, classes, influências européias e árabes. A lógica que leva ao terrorismo, ao homossexualismo, a corrupção. E até nos leva a pensar nos reflexos destes valores no nosso dia-a-dia a partir da influência da imigração. Pra quem gosta de entender o mundo onde estamos, uma ótima opção.


Direção:Marwan Hamed
Roteiro original:Alaa al Aswani
Egito: 2006


Exibido na Mostra Internacional SP - Assista o trailer: Tv UOL

14.6.08

A culpa é do Fidel!


Fiquei curiosa pra assistir o filme quando soube que a diretora era Julie Gravas, filha do famoso cineasta grego Costa Gravas, realizador de dois clássicos do cinema político pós 68: "Z", sobre a ditadura na Grécia e Missing sobre a interferência americana no golpe que derrubou Allende, no Chile. Estes filmes me marcaram fortemente, por terem conseguido despertar minha consciência sobre o mundo que nos governa.

Sobre o que falaria a filha? Sobre o mundo de seu pai idealista, pela perspectiva da filha, criança, que não entendia muito bem as motivações da época.

A culpa é do Fidel é um filme ao mesmo tempo melancólico e alegre. Retrata um mundo aparentemente ultrapassado, mas com questões tão atuais. Para quem viveu aquele tempo, e ainda cultiva algum sentimento, é uma deliciosa experiência. Para quem é mais jovem, uma ótima oportunidade de entender as contradições de uma época. Para quem é idealista, uma boa razão.

Como diz o Globo em sua crítica, boa parte do encanto do filme está na atuação impecável da menina Anna (Nina Kervel-Bey), personagem central da história. O roteiro é excelente, os diálogos e contradições extremamente reais.

Muito bom.

Mais detalhes? Leia a crítica do Globo
La Faute à Fidel, França/Itália , 2006
veja o trailer

17.5.08

Violentando o expectador.


Laranja Mecânica, clássico de Stanley Kubrick, é um verdadeiro soco no estômago de quem o assiste. Quando foi lançado, virou rapidamente alvo de inúmeras críticas, e sua exibição foi proibida em diversos países, inclusive no Brasil.
A trama se passa em um tempo futuro, e narra a história do jovem Alex, líder de uma gangue que tem como maior diversão causar a violência extrema, de forma gratuita. Posteriormente, Alex é preso, e vira cobaia de um tratamento que tem como objetivo “purificar” os criminosos de sua índole má, mas o tratamento acaba expondo como a sociedade e o governo são tão violentos quanto o protagonista.
Apesar da fotografia impecável e trilha sonora única, Laranja Mecânica não é agradável de se assistir, mas é essencial para compreendermos que o bom cinema serve para chocar.
Por Maga Telles

13.5.08

A vida dos outros




Escolhi este filme para abrir o blogger por considerar um dos melhores que assisti nos últimos tempos. A vida dos outros (Der Leben der Anderen), produção alemã de 2006, conta a história de um funcionário da Stasi, a polícia secreta alemã oriental, encarregado de vigiar a vida dos cidadãos procurando identificar potenciais ameaças ao regime totalitário vigente. Se pelo lado histórico é um filme já bastante interessante, por outros aspectos pode ser até mais. Para conhecer as motivações da alma humana, especialmente no que diz respeito ao poder, e para nos alertar sobre os perigos da sociedade da vigilância, que nos ameaça a todos neste momento.


Um roteiro primoroso e interpretações impecáveis, especialmente do personagem central, o agente da Stasi (Ulrich Muhe), que quase sem palavras demonstra a transformação humana através da Arte.

disponível na web